Meditando acerca da historia do “Filho pródigo”, imaginei: Aquele rapaz deslumbrado enquanto cuidava das ovelhas de seu pai, no meio do verde das campinas, nas colinas de suas terras, mas, nas noites... Só, ali em sua rede, o olhar perdido nas sombras projetadas pelo candeeiro, apurando os ouvidos para tentar perceber o balido tardio de alguma ovelha. Ele podia perceber, muito levemente, sons diferentes que vinhas de longe.
Imagino sua curiosidade em querer ver as luzes clarões diferentes daqueles que o iluminavam. Sons...Luzes...promessas de quantas novas aventuras?
Quando voltava do pastoreio, a tenda paterna surgia sem mistério e o som tardio do balido de uma ovelha e a luz incerta do candeeiro que ardia bem ali, à sua mão, o enfastiava.
Enfastiado, saiu da casa de seu pai.
Forte, bonito, rico.
O que encontrou onde brilhavam as luzes?
Fome, necessidade.
E fome e necessidade tão maiores que a condição mais vil, que o faz aceitar ser guardador de porcos.
É o que a ilusão reserva: a fome que leva aos porcos, os porcos que leva à lama e a lama e os porcos que leva ao alimento que sustenta os porcos.
A tal ponto que ninguém lhe dava nada.
As luzes brilhantes não têm nada pra dar. Ainda que cantem sons,ainda que as moedas tilintem,ainda que brilhem intensamente as luzes da ribalta.
O som não permanece glorioso, não tranqüiliza, não satisfaz a alma.
As luzes da ribalta não apontam alvos verdadeiros e satisfatórios.
As moedas tilitantes não compram o alimento da alma.
Ainda bem que aquele jovem não permaneceu ali: mas o filho que o pai recebeu de volta já não era o mesmo; desperdiçara seu talento e sujou suas mãos com porcos.
Fico imaginando a primeira noite que aquele jovem passou em casa, após o regresso... Só,ali em sua rede,o olhar perdido nas sombras projetadas pelo candeeiro,apurando os ouvidos para tentar perceber o balido tardio de alguma ovelha.
Quanta segurança, proteção, amor, as coisas simples podem transmitir.
Verdadeiros tesouros mal avaliados.
Deus nos deu a vida. Pode haver coisa melhor,mais rico tesouro?
Quantos não arrastam suas vidas de miséria em miséria, destruindo possibilidades e invalidando o tesouro?
Corpos cansados e excitados mente confusa e perturbada.
Entregues ao teatro obsceno de uma vida vil.
A ilusão da musica, da balada, uma pizza, um barzinho de esquina ou orgias no final da noite...
Sons... luzes...moedas tilintantes...
Com essa vida,não é de se espantar que o pesadelo venha,atormentando, minando pouco a pouco a vida, desvirtualizando e destruindo.
Depois de tanta ilusão voltar, se voltar o que restará?
A vida. Tão extraordinário tesouro,rica e preciosa,esbanjada na mentira,no nada de uma terra,que não é Pátria.
Pureza de vida... isso sim...não pode haver felicidade longe dela!
Medite em I Pedro cap. I: 13 a 17.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
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