QUANTO CUSTA UM SONHO?

QUANTO CUSTA UM SONHO?
ILHEUS-BA

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O NOSSO "DUDA"

Em outubro de 1982, uma pessoinha de pele branca e olhos castanhos bem vivos entraram em nossas vidas – quando o vi no berçário mais parecia o personagem do pica pau, com cabelinho espetado para cima. Comprei flores e uma caixa de charutos, além de um punhado de fichas telefônicas, providenciei a informação de toda a família e amigos, colocando-os a par de que o meu primeiro filho havia nascido.
No entanto, meu branquelo tão esperado em casa precisou ficar um pouco mais no hospital para adquirir um pouco mais de cor. Cheguei a me sentir culpado por deixar meu filho ali mais um pouco.
Senti um frio na barriga quando o coloquei pela primeira vez no colo e vi a obrigação de cuidar do meu menino que dormia a sono solto na minha barriga nas noites frias de inverno em São Paulo, amei-o ainda com os olhinhos fechados. Esfomeado,chorava sempre para ser alimentado pela mãe. Como era minúsculo e arrepiado, passei a chamá-lo de “Duda’.
Um dia o mergulhei numa onda, no sol da manhã na praia da Avenida em Ilhéus, e o ‘Duda “arregalou tanto os olhos, que pensei tê-lo matado.
Era frágil e ficava com a barriga de fora jogando bola na varanda lateral de casa, quebrou a perna, quebrou o nariz. Mas ele era terrível e sapeca – ele se machucou – e curou-se, foi crescendo forte e saudável. Hoje olho pra ele grande e bonito que causa admiração. Então, passamos a chamá-lo de ‘Eduardo’. Para dar um ar mais adulto, nós o amamos.
Tudo ia muito bem com o nosso ‘Duda’, sempre brincalhão, carinhoso, ótimo filho. Vez por outra chega de viajem em casa a nos abraçar a todos, eu o admiro com a tranqüilidade do ‘senso de dever cumprido’.
Lembro-me dele e dos irmãos na praia. Na areia deitava e rolava expondo a pele branca que ficava logo cor de rosa !
Ele cresceu e foi estudar noutra cidade, e ai minha esposa teve uma enorme dificuldade para se acostumar com a distancia do seu “Duda”. Ela ficava pelos cantos,parecia que haviam arrancado um pedaço dela,e eu era o culpado dessa amputação total,mas ele cresceu como pessoa.Depois que recebeu o diploma de graduação em economia,não veio para casa,foi direto para o mestrado e a mãe continuava saudosa.
Depois veio a graduação no mestrado e a entrada no Doutorado, eu o via mais por foto, mas no meu coração continua em lugar especial dedicado a ele e seus irmãos. No entanto, há dois meses nosso estimado ‘Duda’ me ligou dizendo que ia fazer um concurso para professor de economia, mas de ultima hora “pensei eu”, novamente como de costume a dificuldade para enfrentar mais um projeto, é sempre assim pra nós, mas isso nunca nos deixou angustiados. Passamos horas viajando e chegamos quase na hora da prova, mas com nosso “Duda” não se vive altos e baixos, ele é sempre meigo, ativo, brincalhão. Fez a prova,apresentou sua aula,viemos embora.Deus agiu e nosso “Duda” é agora o professor Eduardo, meu menino que rolava no chão com os irmãos e que vinha da escola La do sitio com as suas botinhas de Mazzaropi e logo ia arrancado a camisa e correndo pela chácara onde morávamos e exibindo a pele que insistia em ser branca mesmo exposta ao sol.
Sempre soubemos que um dia eles partem para as suas próprias jornadas, mas gostaríamos que esse dia demorasse bastante, porém o dia chegou. Não consigo imaginar como me sentirei quando no final do ano por algum motivo um deles não estiver à roda da mesa, e, me ligar dizendo que não deu pra vir e no outro dia não os encontrar esparramados pela casa há dormir o dia quase todo! De uma coisa tenho certeza, ele nunca deixará de ser o meu “Duda”, da brincadeira com os irmãos, de me dar ‘susto’ quando tive de buscá-lo no hospital com nariz quebrado do jogo de bola, dos filmes que assistimos dividindo a mesma tela de computador, ou mesmo da mão amiga presente no dia que tive a parada respiratória ou mesmo quando discordamos nos nossos pontos de vista, nossos momentos agradáveis que ainda vamos desfrutar. Que bom, ‘Duda’ que você sempre será meu filho e estará sempre conosco!

domingo, 3 de julho de 2011

ESTRADA POR ONDE PASSEI.... (Salmo 84)

Hoje enquanto meditava sobre o tema da EBD na igreja, comecei a ver minha vida como uma estrada. Sem duvida alguma a vida se assemelha a uma estrada. Desde que me conheço por gente, eu sempre andei apontado para um lugar! Ou seja, me tem sido útil andar por essa estrada da vida., uma vez que a estada da vida tem de ser trilhada, se não existe chance de parar ou de não prosseguir,eu sempre projetei onde eu quero chegar.

No caminho que eu escolhi para trilhar, nunca existiu uma estrada fixa, de modo algum. Na maioria das vezes, quando se pensa em andar na direção certa,vem algo ou alguém e te obriga a mudar de direção e seguir uma nova estrada que se apresenta sem manual e sem mapa. Ao longo de minha estrada já tentaram me interromper e também já vi gente ser interrompida e não alcançar a fita de chegada.. Porque para muitas pessoas, se você não caminhar segundo o pacote pronto, já destinado a você com todas as sinalizações, você não chegará a lugar nenhum.

Nesse sentido, a imagem que tentaram o tempo todo me passar da estrada não me ajudou, porque eu não gosto de caminhar num caminho fixo. Olhando para traz vejo curvas repentinas que me trouxeram muito movimento. Aminha estrada sempre é viva e não fixa. Agora aqui sentado e pensando eu continuo crendo que a estrada não nos muda, mas nós sim mudamos a estrada.Eu sempre caminhei de maneira apressada, muitas vezes fui agitado e até angustiado, mas uma coisa eu sei: eu nunca fui alienado e nem deixei no automático.Eu sempre piso no chão da fé.
 Eu me lembrei da história do bom samaritano. A estrada, que ia de Jerusalém para Jericó... mesma estrada... está fixa lá até hoje. Você pode fazer o caminho romano antigo dos dias de Jesus até os dias de hoje, ela esta lá, com pedras daquele tempo, com cenários que não mudaram, uma estrada. Aí Jesus disse que, naquela estrada aconteceu uma coisa que envolveu cinco pessoas. Uma mesma estrada, cinco caminhos diferentes, uma mesma estrada que foi alterada pelo caminhar dos caminhantes. Um mesmo chão que virou chão diferente de acordo com a diferença da caminhada de cada um. Um foi assaltado e deixado ferido na estrada. Outro assalta rouba engana, quase mata e vai embora. Outro, o Sacerdote, passa vê o homem caído ferido, olha e passa ao largo incapaz de se solidarizar. Outro o levita também passou no seu caminho pré-definido, seguindo suas regras, insensível e impermeável. Outro passa. Esse aos olhos humanos era um herege, abominado por todos. Mas ele para, socorre. Uma única estrada com caminhos diferentes. Isso me ajuda a continuar caminhando, pois entendo que: O caminho é chamado à existência pelo modo como eu ando.
Olhando a minha estrada, cada passo dado, eu sei uma coisa: ainda que a estrada seja a mesma para todos, nós todos temos a capacidade de criar diferentes caminhos na vida. Olho em volta e vejo as pessoas tendo oportunidades e desperdiçando, mas também vejo pessoas não tendo oportunidades e não se conformando com essas não oportunidades, mas criando suas oportunidades, contra todas as regras. Há vinte anos , eu recebi uma chance quando eu ia completar trinta anos .Dei um sorriso e segui por uma estrada que podia ser miserável, mas se transformou num caminho de vida, por causa da forma que coloquei meu pé em cada passo que pisei.
Eu olho e vejo que Deus tem feito muito em mim e vejo minha vida como uma mensagem, mesmo que tenha doido muito caminhar na minha estrada até aqui. Olho para os lados e para traz...”A mesma estrada, a mesma vida, o mesmo chão, a mesma existência sob o mesmo sol, cercados pelas mesmas circunstâncias mas resultados diferentes”.
 Em suma, temos que decidir se queremos a estrada que traçaram para nós ou o caminho do desafio que vem de Deus, onde a fé é o único combustível que nos move não importa o que aconteça. Se escolhermos o caminho de Deus, isso revoluciona nossa vida, mexe com toda nossa existência. Olhe só para Jesus, contemple o sol atrás das nuvens, o vale fértil após a montanha e saiba que o sucesso de sua caminhada não está no mapa da estrada e sim no modo e no "como" da caminhada!


Pr.Adem Drumond

BAIRRISMO DE QUEM SE SENTE PROPRIETÁRIO

Celebrar a vida em nossa cidade,mesmo com a politica e os politicos que a povoam e atuam como verdadeiros atentados de desvarios é um verdadeiro exercicio de compreenção dos possuidores de todas as suas informações.Nada melhor do que viver assiduamente essa cidade,sentindo cada cheiro,cada gosto e cada contemplação.Quem pratica esse gesto tem mais poder de consciencia,raciocinio e visão critica.
Viver a cidade nos influencia no modo de agir,pensar e falar.Quando praticamos a vivencia de nossa cidade,expressamos de forma clara e objetiva nossas opiniões.Pessoas não habituadas na vivencia,ficam presas a pequenos gestos e formas incompletas de opinião.
Esse contexto é comprovado em cada reunião onde se expõe as revelações que,na maioria das vezes compostas por pessoas de ativa participação no universo municipal e por isso recheadas de compreenção e vivencia.
Porém ser objetivo participante nao basta como unico meio de "Vivencia e compreenção".Se faz necessário viver e compreender ininterruptamente para poder criticar e modificar situações.
Diante de tudo isso é notório que o universo de uma cidade so pode ser mudado pelos verdadeiros bairristas que se sentem proprietários,que frequentam não só o espaço social e cultural,mas principalmente os seres humanos que nela hibitam.
Não podemos querer que nos compreendam sem possuirmos a vivencia e a compreenção suficiente,portanto torna-se imprescindivel viver para compreender nossa cidade.
Adem Drumond