A bruma do tempo não se dissolve com o vento
Ela rompe galopando no prado de minha mente
Afundando os cascos ferrados no meu existir...
Passando por cada canto por onde passei
Chamando na espora o tordilho dos sonhos
Por mais que se feche a porta ela vem de alhures
Num estanque repentino me traz os pedaços de mim
Névoa de pensamentos com quem arguo
É como tiro certeiro que tira a razão
Um cometa temporão que chega sem pedir
A bruma do tempo é saltimbanco giramundo
Cavalinhos de carrocel onde brinquei
Vaso branco na mesa com flor de jasmim
É estrela cadente atravessando o céu bem escuro
É som de berrante na velha comitiva de boiadeiro
É cantiga de ninar que minha alma acalma
É porteira velha dos caminhos por onde passei
Tem o gosto do café no fogão de lenha da fantasia
Éssa é a bruma do tempo....
(A.S.Drumond)
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