Os primeiros anos desses últimos vinte anos “Dessa travessia” da minha vida quase me derrotaram.Eu já havia vencido outras batalhas.Em 1974 eu venci a morte aos doze anos,quando descobri que sofria de uma doença cardíaca incurável na época,e agora eu estava entrando na boc a do inferno:percorrer esses vinte anos e vencer a batalha de uma nova jornada.
Pouco depois da partida os suprimentos acabaram e a estrada ficou mais dura e as dificuldades quase me engoliram.Certa tarde a tristeza quase me engoliu,quando me disseram que a terra que compramos na verdade não era nossa.
Na manhã seguinte quase não conseguia olhar nos olhos dos meus familiares que nem imaginavam o que acontecia,nossas vidas estavam para ser derretidas.Tudo revelou-se uma tormenta.escapei por pouco.
Um dos grandes momentos da expedição inteira foi avistar de volta nossos únicos três animais que haviam sido furtados e estavam sendo trazidos de volta em uma das noites mais felizes dessa jornada. Fui atravessando esses anos como se houvesse partido de um pólo rumo ao outro. Desde que havia começado a jornada, era a primeira vez que eu via tanta alegria no rosto de minha família novamente depois do inicio da minha caminhada.Fecho os olhos e contemplo as montanhas e dou conta de que atingir meu objetivo foi uma experiência emocionante.
Foi duro sair da minha vida anterior e começar essa viagem. Estava deixando tudo para trás e indo em direção ao desconhecido sem ter idéia do que poderia acontecer. Mesmo que estivesse preparado para a viagem, eu sabia que seria um desafio não só pessoal mas para toda a minha familia. Demorou cerca de dois anos para que entrasse no ritmo da expedição, encontrasse meu equilíbrio e me acostumasse com todas as dificuldades.
Este foi um período particularmente duro, e tive de ser rígido comigo mesmo para lidar com ele. Tive de pensar além do momento presente, por exemplo, e dizer a mim mesmo que se mantivesse a rota por mais cinco ou dez anos, as coisas poderiam mudar. Eu tive de me convencer com muita tenacidade, pensando;assim, pois tudo parecia realmente impossível à medida em que eu avançava com as cargas pesadas e tendo de ir muito mais longe.
Mudamos para uma chacara,mas na mudança perdemos nossas pucas galinhas que foram asfixiadas por um incauto que pensou em nos ajudar e as colocou dentro de um saco e lacrou a boca do mesmo..rsss.Na chegada tentei colocar as vacas num pequeno espaço atraz da casa e quase a derrubei.
Me lembro do meu primeiro trabalho,quando tive de passar dias em claro desenhando faixas promocionais , e a noite colocando-as nas ruas. Era doloroso ver meus familiares vivendo uma vida que eu não queria,parecia que tudo estava se quebrando e os obstáculos estavam lá fora prontos pra me fazer parar. Com tudo isso me esperando, não foi nada fácil manter meu lar e minha família.
Estava lá no pó da estrada empoeirada quase desistido,mas desistir porque? Se sempre via algo no horizonte.Foi estranho pra mim, que estava vendo tudo desmoronar . Mas claro que não parei pois sabia que seria uma armadilha se tivesse me permitido ver minha gente me olhando com olhos de repreensão , sem dúvida teria muito mais dificuldade para viver ou mesmo até morrer. Tive de focar sobre os montes e manter o passo fora e dentro de mim...Cheguei aos quarenta e nove anos...E ali na minha frente estão os meu filhos minha esposa minha mãe meus familiares e as ovelhas que Jesus me concedeu cuidar..Só resta uma opção..Continuar a viajem.
PR Adem
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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